segunda-feira, 7 de maio de 2018

APENAS UMA COXINHA

Fui abordado por um flanelinha dentro da loja de conveniência. E não era um simples garotinho, mas um homem alto e ossudo, de aspecto ameaçador. Ele falou educadamente comigo. Pensei que queria dinheiro, e falei a verdade afirmando que não tinha em espécie. Tinha apenas uma coxinha nas mãos. Ele ficou mais um tempo. Disse novamente que não tinha dinheiro e o flanelinha revelou que não queria dinheiro, mas que estava com fome. Olhou para minha coxinha e eu olhei de volta para ele. Pedi que ele fosse embora, mas ele encostou no balcão, ousado, esperando por uma reação minha. 

Automaticamente dei a coxinha a ele. Que mal havia em matar a fome do coitado? Eu jamais daria dinheiro. Odeio dar dinheiro a qualquer pessoa na rua, mas gosto de doar medicamentos e comida. Por isso, dei a coxinha, feliz por ter aliviado a fome de um necessitado.

Mas afinal foi apenas uma coxinha. Que mal pode haver nisso?

A SAGA DO BOLETO

Quando é que vão automatizar todos os pagamentos e livrar as pessoas de filas intermináveis em lotéricas e bancos? Eu nem me atrevo a contabilizar o prejuízo para minha vida causado pela perda absurda de tempo em tais situações.

Há muitos anos eu pago minhas contas online e raramente vou ao banco para pagar qualquer coisa, apenas para resolver algum problema casual, o que também pode ser resolvido por telefone com minha gerente. Mas às vezes esqueço algum pagamento que depois de vencido só pode ser pago no banco de origem (outra idiotice brasileira e que só corrobora o quanto ainda somos atrasados). Por que não permitir que se efetue qualquer pagamento em qualquer banco a qualquer tempo? Faz anos que os bancos promete isso e nada, até hoje.

Daí eu solicito os serviços de uma lan house para imprimir o boleto de pagamento. Um idiota qualquer tenta furar fila tentando intimidar por causa do tamanho, o que me deixa "desesperadamente com medo". Solto um palavrão e reclamo com o atendente, recupero meu lugar na fila e imprimo o boleto, só pra depois chegar na lotérica e descobrir por um aviso mal educado da operadora que o sistema está "fora do ar". Mais tempo perdido.

Saio da fila e vou para casa desolado, lembrando de nunca mais deixar faltar tinta na impressora e esquecer outro pagamento novamente.

FRANCES HA

Frances é uma aspirante à bailarina que divide um apartamento com sua melhor amiga e aspirante à editora, Sophie. As duas se dão muito ...