quinta-feira, 18 de outubro de 2018

FEITO MOSCAS

Proliferando feito moscas. Se alguém quis saber o que andava acontecendo com os comunistas, está aí a resposta: estão proliferando como moscas.

Talvez seja um sinal dos tempos. Ou talvez seja o destino final que o nosso país merece: transformar-se numa ditadura comunista sem pé nem cabeça, tá qual a Venezuela.

Não que a Direita, com sua tendência facista e opressora, seja coisa melhor. Não, de jeito nenhum. É apenas outra vertente política extremista (não são todas?, perguntaria você).

Mas o fato é que nunca antes na história deste país (não resisti à tentação de usar esta frase) as universidades despejaram tantos pseudo-revolucionários filhinhos de papai que combinam manifestações via iphones. Vem imediatamente à memória a imagem de Fidel Castro, Che Guevara e Hugo Chávez ostentando seus Rolex, o relógio favorito dos revolucionários. Porque somos revolucionários, mas não poderíamos abrir mão da tecnologia produzida a partir da exploração da mão-de-obra, poderíamos?

O socialismo e seu filho maldito, o politicamente correto, dominam quase todos os debates de ideias, pautando o que deve ser discutido e, pior ainda, de que forma deve ser discutido. 

O país transformou-se no paraíso de retóricas incendiárias, que visam apenas desestabilizar a ordem e espalhar o caos. Vide MDB e movimentos sociais.

Neste período pós-impeachment e pós PMDB, que apodreceu por dentro junto com a escória de partidos aliados, necessitamos de moderação, e não atirar mais lenha na fogueira.


















terça-feira, 16 de outubro de 2018

O IDIOTA DA LOTÉRICA

O sujeito entra na lotérica com uma labrador chamada Lucy. Nem sei direito se o nome era mesmo Lucy, mas foi o que entendi. Deixa a cadela praticamente solta no lugar, à vontade para cheirar e lamber as pernas, pés, coxas ou o que quer que fosse dos coitados que estavam ali apenas para pagar alguma conta, retirar algum dinheiro ou resolver um problema. 

Ninguém tem a mínima obrigação, estou aqui reafirmando o óbvio, de se deixar lamber/cheirar pelo dito animal. Ninguém sabe se o bicho tem raiva ou qualquer outra doença contagiosa. Então como o dono do referido animal pode esperar que as pessoas presentes ali, que não o conhecem, afaguem a criatura ou se submetam a tal abuso? Porque é um abuso. Ou você gostaria de ter um cachorro te cheirando onde quer que fosse?

Pro azar dele, a cadela veio logo pra cima de mim, o chato de plantão. Se há alguma coisa que preservo é meu espaço, minha privacidade. A cadela vem me farejar e imediatamente tiro o corpo fora.

- Certas pessoas são muito difíceis - comenta o idiota com uma mulher da fila, também visivelmente incomodada com a presença do animal, mas incapaz de dizer ou fazer algo a respeito.

Também pudera, a cadela era de grande porte, metia medo. Mas mesmo assim não me intimidei e continuei enxotando ela sempre que se aproximava de mim.

Cheguei perto de ter um bate-boca com o obtuso sobre como ele estava desrespeitando as outras pessoas e que não éramos obrigados a aturar nenhum animal nos incomodando. Mas chegou a minha vez na fila e ele se viu livre de ouvir umas boas.

Agora até nos shoppings é permitido circular com cachorros. Só não pergunte a mim quem vai limpar os montes de coco e xixi acumulados perto das vitrines.












segunda-feira, 8 de outubro de 2018

FELIZES DEMAIS

        Somos o povo mais feliz do mundo, não restam dúvidas. Mas não apenas do mundo, talvez do sistema solar, caso exista outra raça inteligente capaz de tanta felicidade quanto a nossa por essas bandas. Existe também a possibilidade, ainda mais perturbadora, de sermos o povo mais feliz da galáxia ou, quem sabe, do universo. Já imaginou?
        Só mesmo sendo um povo tão feliz para aturar as misérias que são despejadas todos os dias sobre nossas cabeças. Superlotação de hospitais, educação precária, falta de segurança e outras mazelas que nos afligem. Mas tudo bem, pois o carnaval está chegando e todos irão brincar e sorrir, para esquecer dos problemas nesta terra de samba no pé e frevo.
        A verdade é que os brasileiros tiveram uma vidinha fácil até agora. Nunca enfrentaram os pesadelos de uma guerra, nunca passaram fome endêmica de verdade. Só assim para esses zumbis acordarem e resolverem mudar o país. E digo todos zumbis, incluindo a mim mesmo. 
       É inegável: somos muito bonzinhos. E daí que gastam bilhões em um ridículo "fundo partidário"? Dinheiro que poderia ser utilizado na construção de escolas e hospitais. Os membros do Supremo Tribunal Federal tem um funcionário dedicado exclusivamente a puxar a cadeira para eles sentarem, os chamados capinhas, que ganham até doze mil reais? Não tem problema, a novela já vai começar.  
       Mereceríamos uma guerra, uma bomba que devastasse essa terra de preguiçosos e gerasse comoção suficiente para a reconstrução de um país sério, onde tudo não acabasse em pizza. Radicalismo? Radicalismo é esperar seis meses por um exame no SUS.
       Talvez seja exagero, mas países que foram destruídos na Segunda Guerra Mundial, como Japão e Alemanha, hoje estão séculos à nossa frente. Nosso povo nunca passou pelo terror de uma guerra civil ou de um conflito armado, com exceção da Guerra do Paraguai, ou "Massacre do Paraguai", tanto faz.

Cada povo tem mesmo o governo que merece...

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

ESCRITORES NÃO DEVERIAM TRABALHAR

As pessoas pensam que os escritores tem uma vida fácil. É mesmo? Já pensou no quanto é difícil ter uma ideia? Pensar em algo útil ou significativo, que as pessoas tenham interesse, e daí colocar tudo na tela do computador, para depois editar, editar, editar, reescrever, reescrever, reeescrever, editar mais um pouco, reescrever mais um pouco, para só então enviar para o editor, que certamente vai mandar você mexer novamente no texto. É uma trabalheira!

Como se isso não fosse pressão suficiente, toda forma de arte o é, ainda temos de cuidar da esposa, do cãozinho, dos filhos, da família, do trabalho e outros pequenos detalhes da vida. Temos de ir ao supermercado, fazer pequenas compras, nos exercitar, reclamar com o síndico sobre alguma chatice do condomínio, ouvir as lamúrias das velhas do prédio no elevador, reclamar com o porteiro que não entrega a correspondência em dia, lavar o carro, colocar combustível (sua cabeça já começou a explodir?).

Ainda por cima, como se tudo isso não fosse uma lista demasiado longa e tediosa de problemas, temos que escrever. Sentar em uma cadeira e escrever. Para os verdadeiros escritores, escrever não é um capricho, mas uma necessidade, algo do qual não podemos prescindir. Podemos ficar dias, semanas ou até meses sem escrever uma linha, mas algo dentro de nossas cabeças fica latejando, enviando sinais constantes de que devemos escrever, precisamos escrever, do contrário nossos dedos queimarão e nossa cara derreterá ou coisa parecida. Quanto mais tempo passamos privados da arte, mais premente se torna a necessidade.

Não é uma escolha, mas um desejo. Um desejo incontrolável que precisa ser saciado ou, no mínimo, apaziguado. 















SOBRE FRUSTRAÇÃO

Aí você prepara tudo com cuidado: arruma sua filha para ir à escola, apressa sua mulher para ir ao trabalho, deixa as duas rapidamente, com exceção de um pequeno atraso na escola, e então parte ansioso para ver um filme que vem antecipando desde a estreia, um dos poucos que lhe dão a disposição para sair de casa e assistir, pois a maioria dos filmes de hoje é feita em computador, não que eu seja contra tecnologia, longe disso, mas tudo tem um limite, e o que acontece? Você perde o filme devido a um horário para lá de inconveniente.
O que resta para você nesta tarde frustrante? Perambular por livrarias e ver se consegue encontrar alguma coisa interessante para ler.

Pouca coisa me interessa hoje em dia como a seção de contos e crônicas, porque romances são cansativos. E eu estou com uma preguia dos diabos para ler qualquer calhamaço que seja.

Daí os contos e crônicas. Sou louco por contos e crônicas. Quem não poderia gostar de contos e crônicas? São as narrativas mais honestas que existem. Principalmente para quem tem uma necessidade extrema de conclusão feito eu. Um romance pode levar meses para ser lido. Já um conto toma apenas algumas horas, se muito. Uma crônica, apenas alguns minutos. Você aprende algo e não gasta horrores do seu tempo. 

Comprei o livro "Hilda Hilst: 132 crônicas. Cascos e carícias". Recomendo. A Hilda era muito engraçada e escrevia maravilhosamente bem. Uma risada atrás da outra. A melhor coisa para ler após um dia cansativo de trabalho.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Opte por aquilo que faz o seu coração vibrar... Apesar de todas as consequências.
Osho
Você pagará pelos seus pecados. Se já pagou, por favor desconsidere esta mensagem.
- AUTOR DESCONHECIDO

domingo, 23 de setembro de 2018

MEU RECIFE

Meu Recife das pontes, das praias, do carnaval e do futebol. Meu Recife dos congestionamentos, da insegurança e da falta de educação. Meu Recife das escolas depredadas e sucateadas, das belas orlas, do transporte precário e das filas de bancos. Meu Recife, meu belo Recife...


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

PICADEIRO

O brasileiro merece o que tem. Tudo de bom e de mal. Merece a falta de saúde, educação e segurança. Merece os velhos morrendo nas filas e a inflação. Merece a alta carga tributária e as filas nos bancos. Merece o preço abusivo dos combustíveis e as leis toscas que regem este país de bananas. Merece também a polícia brutal e truculenta, junto com a alienação do futebol e da bebida. Além de tudo isso, o brasileiro merece as estradas esburacadas e o mau-caratismo dos políticos que elege. Quem os colocou lá? Sim, isso mesmo. Você.
O último a sair apague a luz.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

APENAS UMA COXINHA

Fui abordado por um flanelinha dentro da loja de conveniência. E não era um simples garotinho, mas um homem alto e ossudo, de aspecto ameaçador. Ele falou educadamente comigo. Pensei que queria dinheiro, e falei a verdade afirmando que não tinha em espécie. Tinha apenas uma coxinha nas mãos. Ele ficou mais um tempo. Disse novamente que não tinha dinheiro e o flanelinha revelou que não queria dinheiro, mas que estava com fome. Olhou para minha coxinha e eu olhei de volta para ele. Pedi que ele fosse embora, mas ele encostou no balcão, ousado, esperando por uma reação minha. 

Automaticamente dei a coxinha a ele. Que mal havia em matar a fome do coitado? Eu jamais daria dinheiro. Odeio dar dinheiro a qualquer pessoa na rua, mas gosto de doar medicamentos e comida. Por isso, dei a coxinha, feliz por ter aliviado a fome de um necessitado.

Mas afinal foi apenas uma coxinha. Que mal pode haver nisso?

A SAGA DO BOLETO

Quando é que vão automatizar todos os pagamentos e livrar as pessoas de filas intermináveis em lotéricas e bancos? Eu nem me atrevo a contabilizar o prejuízo para minha vida causado pela perda absurda de tempo em tais situações.

Há muitos anos eu pago minhas contas online e raramente vou ao banco para pagar qualquer coisa, apenas para resolver algum problema casual, o que também pode ser resolvido por telefone com minha gerente. Mas às vezes esqueço algum pagamento que depois de vencido só pode ser pago no banco de origem (outra idiotice brasileira e que só corrobora o quanto ainda somos atrasados). Por que não permitir que se efetue qualquer pagamento em qualquer banco a qualquer tempo? Faz anos que os bancos promete isso e nada, até hoje.

Daí eu solicito os serviços de uma lan house para imprimir o boleto de pagamento. Um idiota qualquer tenta furar fila tentando intimidar por causa do tamanho, o que me deixa "desesperadamente com medo". Solto um palavrão e reclamo com o atendente, recupero meu lugar na fila e imprimo o boleto, só pra depois chegar na lotérica e descobrir por um aviso mal educado da operadora que o sistema está "fora do ar". Mais tempo perdido.

Saio da fila e vou para casa desolado, lembrando de nunca mais deixar faltar tinta na impressora e esquecer outro pagamento novamente.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

SOBRE FRAGILIDADE

Somos todos frágeis. Soa meio falso na primeira vez que ouvimos. Como assim? Frágil? Eu?

A verdade é que ninguém quer ser frágil. Queremos ser fortes, bonitos, bem sucedidos, saudáveis. Ninguém nunca pensa em fracassos, rompimentos, doenças. Mas essas coisas acontecem, com todos nós, sem exceção.

O medo de falhar move boa parte do ocidente. Tudo o que se faz visa o sucesso, a vitória, como se falhar estivesse fora de cogitação, um tabu, algo que não pode acontecer. Nossos pais e professores nos preparam para vencer, para colher os frutos de nosso trabalho, para saborear a vitória. Mas e se a vitória não vier? E se tudo o que colhermos for o insucesso e a amargura? "Que papo de perdedor", você deve estar pensando. Mas o fato é que para os objetivos mais difíceis e, consequentemente, mais cobiçados, colecionaremos uma porção de derrotas até alcançarmos a vitória. E devemos nos acostumar a colecionar insucessos para atingirmos nossos objetivos.

O medo da doença move toda a indústria bilionária da saúde e estética. As pessoas gastam bilhões em tratamentos preventivos e planos de saúde exorbitantes com medo de doenças. Muitos dedicam suas vidas a viver com medo de doenças, mas o fato é que elas são inevitáveis. Não importa o quanto nos preparemos. É claro que não devemos descuidar da saúde, mas passar todo o tempo pensando em enfermidades e morte é desperdiçar a vida.

Somos frágeis e somos falhos. Talvez fosse melhor vivermos nossas vidas sem nos preocuparmos tanto com os desafios que certamente virão e com as pequenas derrotas do cotidiano, aproveitando mais os momentos. Talvez não devêssemos criticar tanto quem falhe ou esteja em dificuldades, porque amanhã também teremos problemas.

Existe uma máxima do bushido que diz: "A vida em cada momento".

Os momentos são tudo o que temos.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

SOBRE O COTIDIANO

Já parou para pensar que uma das reais liberdades que nós temos é o que fazemos no cotidiano? Podemos até achar que fazemos coisas importantes, que o trabalho, as viagens e os amigos é que importam. Mas tudo isso empalidece diante do tempo que dedicamos a nós mesmos. Aquele tempo que separamos para assistir um filme, ler uma revista ou um livro, escrever poemas, crônicas, bobagens, jogar no computador, ligar para um amigo, curtir os filhos ou a esposa. Essas trivialidades cotidianas me fascinam porque são simples, são prazerosas, são tudo o que temos, na verdade.

Não somos apenas máquinas que trabalham, estudam e pagam impostos (mais de um trilhão de reais, de acordo com a última contagem). Somos indivíduos, e deixamos de existir quando não exercemos essa individualidade. 

Como falei acima, gosto de atividades cotidianas, como ir ao cinema, passear no shopping, escolher a cor do apartamento novo, andar de bicicleta, navegar na internet, dormir tarde e acordar tarde. Somente assim sinto a vida pulsar. Somente assim, sinto-me livre.

FRANCES HA

Frances é uma aspirante à bailarina que divide um apartamento com sua melhor amiga e aspirante à editora, Sophie. As duas se dão muito ...