segunda-feira, 7 de maio de 2018

APENAS UMA COXINHA

Fui abordado por um flanelinha dentro da loja de conveniência. E não era um simples garotinho, mas um homem alto e ossudo, de aspecto ameaçador. Ele falou educadamente comigo. Pensei que queria dinheiro, e falei a verdade afirmando que não tinha em espécie. Tinha apenas uma coxinha nas mãos. Ele ficou mais um tempo. Disse novamente que não tinha dinheiro e o flanelinha revelou que não queria dinheiro, mas que estava com fome. Olhou para minha coxinha e eu olhei de volta para ele. Pedi que ele fosse embora, mas ele encostou no balcão, ousado, esperando por uma reação minha. 

Automaticamente dei a coxinha a ele. Que mal havia em matar a fome do coitado? Eu jamais daria dinheiro. Odeio dar dinheiro a qualquer pessoa na rua, mas gosto de doar medicamentos e comida. Por isso, dei a coxinha, feliz por ter aliviado a fome de um necessitado.

Mas afinal foi apenas uma coxinha. Que mal pode haver nisso?

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